Olá, meus queridos!
73
Tic, tic, tic, lá vem o ceguinho, óculo preto e bengala branca.
Alguém bate bola na calça ─tac, tac, tac ─ , como ele sabe que é menina? Tic, tic, segue em frente.
Na esquina, quem batuca na caixinha de fósforo ─ tec, tec, tec? O vento lhe sopra que é um malandro? Tic, tic, tic, nada o distrai.
Quem arrasta a sandália de couro ─ chap, chap, chap? Você lhe disse que é uma pobre velhinha? Tic, tic, sempre adiante.
Agora o salto alto retinindo na pedra ─ toc, toc, toc. Uma voz lhe conta que é mocinha bonita? Tic, tic, ti... a bengala no ar titubeia e para. Lá vai o saltinho faceiro, toc, toc, toc. Ele faz meia-volta.
Tic, tic, tic, tic. Depressinha.
Toc.
Tic, tic, tic.
Toc.
Tic, tic.
Toc, tic. Toc, tic. Toc, tic.
TREVISAN, Dalton. 99 corruíras nanicas. Porto Alegre: L&PM, 2002. p. 73.
Qual é o narrador intruso do texto.
ResponderExcluiradorei!
ResponderExcluirUma frase nominal desse texto ?
ResponderExcluir